Após o depoimento do ex-comandante da Marinha almirante Almir Garnier Santos, o ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do Distrito Federal, Anderson Torres, deu prosseguimento aos interrogatórios no contexto da ação penal 2.668 que trata da suposta trama golpista para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no poder após as eleições de 2022.
Inicialmente, Torres disse ao o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes que não identificou fraude nas urnas eletrônicas. “Nunca questionei a lizura do processo eleitoral”, afirmou.
Ele também negou que a viagem aos Estados Unidos às vésperas do 8/1 tenha sido coincidência. “Eu viajei de certa forma tranquilo. Deixei tudo isso aqui para ser cumprido. O general Dutra me mostrou foto de dois meses atrás e o acampamento de hoje de manhã [6/1]. O acampamento de dois meses atrás era cheio, lotado. Naquele dia [6/1], não havia. Eu viajei tomando todas as providências que o secretário de Segurança tem que tomar. Deixei um protocolo onde tudo deveria ser cumprido”, destacou.
Torres é um dos oito réus investigados por supostamente tramarem um golpe de Estado no Brasil. Ele pertence ao núcleo 1, também chamado de núcleo crucial, do caso, conforme denúncia feita pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
Os réus foram divididos em grupos de acordo com a atuação de cada um deles. Até o momento, foram interrogados o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tentente-coronel Mauro Cid; o ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ); e o ex-comandante da Marinha, almirante Almir Garnier Santos.
Todos os réus respondem pelos crimes de: organização criminosa armada; tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito; golpe de Estado; dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União, com considerável prejuízo para a vítima; e deterioração de patrimônio tombado.
O caso é julgado na Primeira Turma do STF, que é composta pelos ministros Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin. Pela dinâmica definida, na hora de depor, o réu se levanta, senta no banco central, à frente dos ministros, e, quando terminar de falar, volta para o assento original.
11/6 – das 8h às 10h
12/6 – das 9h às 13h
13/6 – das 9h às 20h